Demissão: um terror pessoal



Luciano Muchiotti 
Depois de uma longa, importante e cansativa jornada de trabalho, sexta-feira, esperando o dia findar para participar do happy hour com os amigos, minutos antes de sua saída a grande notícia: você recebe seu aviso prévio.
De repente você olha para o chão e não o vê. Tudo à sua frente está escuro. Maravilhosamente, em fração de segundos a sua mente entra em uma profunda retrospectiva de sua trajetória profissional. Onde errei? Será que errei? Por que fizeram isso comigo? Eu não merecia isso.
Normalmente o que vem à mente são pensamentos e imagens nada agradáveis. A família, a prestação da casa e do carro, aquele financiamento para 120 meses, o colégio das crianças, os dois últimos anos de faculdade e outras coisas que vão surgir. E você se pergunta: E agora? Desempregado, como vou honrar meus compromissos?
O trabalho enobrece. Isso é o que todos dizem, e particularmente concordo. Todo trabalho é uma fonte e fonte é uma nascente (dicionário).
É possível, então, afirmar que o trabalho pode ser fonte de prazer e também de sofrimento. Podemos, então, entender que do trabalho nasce o sofrimento ou o prazer. Isso todos deveriam saber, funcionários, empresários, diretores, gerências, supervisão. Ou seja, todos aqueles que têm recursos humanos sob sua coordenação. Percebam a força das palavras "recursos humanos". De certa forma a vida é repleta de momentos bons e também de sofrimento. Isso pode ser diferente quando nos relacionamos com pessoas, particularmente ou profissionalmente.
Os empregadores queixam-se dos funcionários, e estes se queixam dos empregadores e do seu "chefe". Tratando bem, a recíproca tem mais de 90% de ser verdadeira. Tratando mal também.
Por isso, vale à pena prezar pela boa fisionomia e pelas palavras menos ásperas com o próximo. Essa prática ultrapassa os muros da empresa. Bem, o que tudo isso tem a ver com o título desse artigo? Eu diria que tudo. Parafraseando Morgam em "Imagens da Organização", o poder que as pessoas exercem dentro das organizações lhes dá o direito de demitir por qualquer motivo o funcionário e sem explicações. Isso significa dizer que na maioria das vezes as pessoas não sabem por que foram demitidas. Como esse ex-funcionário poderá elaborar esse luto? Por quanto tempo perdurará esse sofrimento?
Será que por motivos iguais a esses é que as empresas têm tanta dificuldade em encontrar bons profissionais? Será que uma demissão (dependendo como ela ocorreu) não traumatiza? Esse assunto não se esgota através do exposto acima. Meus caros, cautela. Boa semana e forte abraço.

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